A cada dia que se passa, mais pacientes procuram informações sobre o uso médico do Canabidiol (CBD), Tetrahidrocanabinol (THC), outros fitocanabinóides e Cannabis (maconha) medicinal em geral.
É importante, em primeiro lugar, deixar claro que o uso MEDICINAL da Cannabis não possui qualquer relação com o uso recreativo da planta.
Outra dúvida frequente é sobre quais doenças que podem ter impacto positivo com o uso desse tipo de medicação. As mais frequentes são:
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Fibromialgia
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Dor Neuropática
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Dores crônicas e geral
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Autismo
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Epilepsia de difícil controle
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Doença de Alzheimer
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Doença de Parkinson
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Caquexia
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Depressão
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Transtorno de ansiedade generalizada (Pânico)
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Controle dos efeitos adversos do tratamento do câncer
Importante esclarecer que de acordo com as melhores práticas médicas baseadas nas evidências científicas atuais, a Cannabis medicinal nunca é a primeira opção de tratamento. Isso quer dizer que essa alternativa de tratamento é para pacientes que já tentaram as medicações de uso padrão, mas que não obtiveram bons resultados (ou tiveram muitos efeitos adversos com as medicações habituais).
Existe mais de um tipo de medicação de Cannabis medicinal?
Sim. Existe hoje no mercado mundial inúmeras formas de administração e fórmulas diferentes em sua composição: Óleo para uso oral, comprimidos, sprays, nebulizadores, cremes e supositórios. Dependendo da doença e do paciente, haverá opções melhores para cada caso.
É preciso uma prescrição médica?
Sim. Como qualquer medicação existem indicações, contraindicações e possíveis efeitos adversos. Pessoas portadoras de insuficiência cardíaca por exemplo, não podem usar medicações com muito THC.
Medicações a base de Cannabis são ilegais?
Não. Desde 2014 o CFM já autoriza a prescrição de CBD (resolução CFM 2113/14), a ANVISA conta com procedimento para importação da medicação desde 2015 (RDC 17/2015). Em 2019 a Anvisa aprovou a regulamentação e produção da medicação em território nacional (RDC 327/2019)
Existe comprovação científica?
Sim. Em medicina trabalhamos com os chamados “níveis de evidência”. Resumindo, “níveis de evidência” significa quanto podemos ter certeza de que um tratamento funciona de verdade. O que vai determinar isso é a quantidade de trabalhos científicos realizados, quantas pessoas participaram, e os cuidados tomados para que nada confundisse o resultado.
Tratamentos a base de Cannabis possuem diferentes “níveis de evidência” (das mais altas as mais baixas) dependendo dos critérios utilizados e da doença sendo tratada. É obrigação do médico informar ao paciente qual o nível de evidência do tratamento prescrito.
Mesmo em doenças com um baixo nível de evidência (Exemplo: uso de CBD para tremor essencial), se o tratamento habitual não estiver tendo resultado satisfatório, o paciente possui o direito legal (e o médico a prerrogativa ética) de poder optar por esse tratamento. Isso desde que o paciente tenha sido informado e esteja ciente desse fato. Esse procedimento é chamado “tratamento compassivo”, e está previsto tanto no código de ética médica como pelo ministério da saúde (RDC 38/2013).