A Cannabis é uma planta que teve origem na Ásia central, provavelmente entre a Índia, Paquistão e China, sendo levada para outros locais através das migrações humanas.
Os primeiros registros arqueológicos relacionados a planta datam de 12 mil anos atrás, relacionado ao uso das fibras por seres humanos na fabricação e decoração de utensílios.
A primeira descrição do uso médico da Cannabis foi escrita na china em 2300 A.C. pelo imperador Chen Nung.
Na Grécia antiga, preparações com a planta eram recomendadas para dores e inflamações em geral.
Um livro escrito pelo médico grego Pedânio Dioscórides em 70 D.C. recomendava o uso para dores articulares. Alguns séculos depois, em 1464, um médico chamado Ibn Al Badri escreveu um relato sobre como um tratamento a base de Cannabis tratou as crises convulsivas de uma criança
A primeira descrição científica no ocidente das propriedades medicinais da maconha ocorreu em 1839 pelo médico militar britânico Willian O´Shaughnessy – Que teve contato com a planta durante uma expedição militar na Índia. Alguns anos depois, em 1889, o Dr. E. A. Birch publicou na “Lancet” (maior revista científica do mundo) sobre o uso da Cannabis no tratamento de dependência ao ópio.
Na segunda metade do século 19 grandes laboratórios (como a Merck e a Lilly) passaram a produzir e comercializar produtos à base de Cannabis.
Em 1940 Roger Adams descobre a existência do Canabidiol.
Entre 1962 e 1963, o professor Israelense Raphael Mechoulan consegue isolar os dois principais princípios ativos da planta, o Canabidiol (CBD) e o Tetrahidro-Canabinol (THC).
Em 1981 o brasileiro Prof. Dr. Elisaldo Carlini, da UNIFESP, publica um de um estudo científico duplo-cego com 15 pacientes, mostrando melhora no quadro de epilepsia de difícil controle, em pacientes utilizando CBD.
Em 1999 novamente o professor Raphael Mechoulan faz uma importante descoberta: A produção no corpo humano de substâncias parecidas com o THC – A “Anandamida” e o “2-AG”, chamados então de “endocanabinóides”. No ano seguinte também descobriu que existiam locais específicos para essas substâncias em quase todas as células do corpo, os chamados “receptores canabinóides”.
- ROBINSON, Rowan. O grande livro da cannabis. Zahar, 1999.
- ZUARDI, A. W. History of cannabis as a medicine: A review Revista Brasileira de Psiquiatria Associação Brasileira de Psiquiatria, 2006.